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Gilberto Lee & Rita Gil


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foto: http://www.vishows.com.br

Quando Gilberto Gil convidou os Mutantes para participar do Festival da Canção da Rede Record em 1967, aposto que ele não poderia imaginar o que viria pela frente. E não estou falando só do Festival. Claro que a noite de 21 de outubro de 1967, 50 anos atrás, tem um peso brutal na história da música brasileira por se tratar da final daquele tão importante Festival, o pontapé inicial da Tropicália, mas aquele encontro entre Gil e Mutantes resultou em uma grande amizade.


10 anos mais tarde, Tropicália já passada, Gil se juntou a Caetano e foram conhecer a música da Nigéria. Se encantaram com tudo o que viram e trouxeram instrumentos e ritmos na bagagem e a partir daí criou o sensacional “Refavela”, segunda parte da trilogia que se completa com “Refazenda” e “Realce”. E nessa época por onde andava Rita Lee?


Rita havia saído dos Mutantes e iniciado uma incrível parceria com a banda Tutti-Frutti. Lançou álbuns memoráveis, como “Atrás do Porto Tem Uma Cidade”, “Fruto Proibido”, e “Entradas e Bandeiras”, e teve seu primeiro filho, Beto Lee, na mesma época em que Gil lançava o “Refavela”.. A gravidez de Rita foi bem na época em que ela foi condenada à prisão domiciliar por porte de maconha, mesmo “crime” cometido por Gil, exatamente no mesmo ano, 1976, sendo que sua pena foi ser internado em uma clínica psiquiátrica.


Passados os perrengues, Rita convidou Gil e sua esposa Sandra para serem padrinhos de Beto. Papo vai, papo vem, decidiram partir em uma turnê conjunta, misturando suas bandas, a Refavela e a Tutti-Frutti, no mesmo palco. Para o repertório, Rita conta em sua autobiografia que a primeira música escolhida foi “É Proibido Fumar”, de Roberto e Erasmo, canção que relembrava a recente prisão dos dois.


Fizeram juntos duas músicas novas, “Refestança”, que deu nome ao show, e uma versão para “Get Back” dos Beatles, que recebeu o nome “De Leve”. E rechearam a apresentação com grandes sucessos dos dois, como “Odara”, “Back in Bahia”, “Ovelha Negra”, “Arrombou a Festa”, “Eu Só Quero Um Xodó”, “Aquele Abraço”, “Esse Tal De Roquenrou”, e a música inscrita naquele festival de 67, “Domingo No Parque”.


O show estreiou em 6 de outubro de 1977 em Goiânia, e de lá partiu para várias capitais brasileiras. Não passou por Florianópolis, uma vez que este havia sido o local da prisão do Gil, e recebeu um boicote por parte de vários artistas. Guto Graça Mello, o produtor escolhido para produzir o álbum resultante desse encontro, acompanhou toda a turnê e fez gravação oficial em São Paulo. Infelizmente o equipamento disponível na época não permitiu uma grande qualidade da captação do som. Fora isso, o corte de algumas músicas que fizeram muito sucesso na turnê contribuíram para que o disco não conseguisse demonstrar toda a energia que existia nesse show..


E nesta semana, “Refestança”, o álbum, completou 40 anos do seu lançamento, data lembrada pelo grande Paulo Marchetti no seu @efemerides_do_rock_brasileiro . Maravilhoso podermos comemorar o aniversário de um álbum que, se não foi tão relevante na discografia da Rita e do Gil, tem uma profunda importância em retratar aquele momento vivido pelos dois.

Agradecimentos:

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Rock e afins meio tom acima! Histórias, dicas, sugestões, informação sobre todas as vertentes desse ritmo que nos une.

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